A presidenta da Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), Samira de Castro, participou na ultima sexta-feira (12/09) da festa de posse da nova diretoria do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Roraima (Sinjoper), que também celebrou seus 34 anos de fundação. Durante a atividade, Samira fez uma fala sobre os desafios da comunicação, do trabalho e do jornalismo em tempos de inteligência artificial (IA) e da necessidade de enfrentar as estruturas coloniais ainda presentes na produção e circulação de informações.
O evento contou com a presença do presidente reeleito do Sinjoper, Paulo Thadeu Franco das Neves, e da vice-presidente Regional Norte 1 da FENAJ, Adriana Cruz, reforçando o compromisso do movimento sindical com a valorização dos jornalistas e a defesa da liberdade de imprensa em todo o país.
A programação em Boa Vista contou com intensa agenda, visita de Samira de Castro à sede da CUT Roraima, participação no podcast da Rádio DPE; entrevista no programa Em Pauta da TV ALE; visita à redação da Folha de Boa Vista; encontro na Setrabes; e a solenidade de posse no Sesc, que contou com um show musical de Eliakin Rufino.
Colóquio sobre IA
Em sua intervenção, a presidenta da FENAJ destacou que os dados se tornaram o recurso mais estratégico do mundo, o que torna urgente a defesa da soberania digital. “Se não discutirmos soberania digital, corremos o risco de viver um novo colonialismo, em que seguimos dependentes de tecnologias e plataformas controladas de fora. Soberania digital é condição para autonomia política e para a democracia”, afirmou.
No campo do trabalho, a presidenta chamou atenção para os riscos de precarização trazidos pela introdução da IA nas redações. Segundo ela, cabe aos sindicatos e à FENAJ negociar coletivamente as formas de uso da tecnologia, exigir transparência das empresas e investir em formação continuada para jornalistas. “Nenhuma máquina substitui a ética, o olhar crítico e o compromisso social que caracterizam o jornalismo”, reforçou.
A presidenta falou ainda das pautas da FENAJ (PEC do Diploma, atualização da regulamentação profissional, piso salarial nacional e regulação das big techs) e encerrou destacando que o futuro da comunicação não pode ser entregue apenas às plataformas e algoritmos. “O jornalismo segue sendo trincheira da democracia e ferramenta de emancipação. Esse é o desafio da nossa geração”, concluiu.
https://fenaj.org.br/comunicacao-ia-e-soberania-digital-em-debate-na-festa-de-posse-do-sinjoper/