Censura: Rede de Proteção já acolheu 106 casos de violência contra jornalistas e comunicadores

Em seu 3º Encontro Nacional, realizado em Brasília nos dias 27 e 28 de julho, a Rede Nacional de Proteção de Jornalistas e Comunicadores apresentou seus dados sobre acolhimento de vítimas. Desde 2017 até julho de 2023, 106 jornalistas e comunicadores procuraram a iniciativa em busca de proteção.

Entre os 106 casos recebidos pela Rede, se destaca a predominância de ameaças verbais, ataques digitais, censura e assédio judicial. Também se observa um aumento da chegada de casos no último período, devido à ampliação e divulgação do trabalho da Rede, mas também pelo crescimento da cultura de violência e de ódio, disseminada contra jornalistas e comunicadores no governo Bolsonaro.

Gráfico apresenta crescimento no número de denúncias (Fonte: Rede Nacional de Proteção de Jornalistas e Comunicadores).

A organização Repórteres Sem Fronteiras, uma das organizações que coordena a Rede, registou 87 ofensivas do ex-presidente Bolsonaro contra jornalistas.

Segundo o Relatório Violência Contra Comunicadores no Brasil, publicado em 2019 pelo Conselho Nacional do Ministério Público, o país soma 64 episódios de homicídios de comunicadores desde 1995, praticados em todas as cinco regiões. “Hoje, o Brasil é um dos países mais violentos no que diz respeito ao ambiente de atuação dos comunicadores – nos posicionamos em sexto lugar no ranking de nações mais perigosas para jornalistas, segundo a UNESCO”, afirma o documento.

Para coibir essas violências, em 2023 foi criado, pelo governo Lula, através do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), o Observatório Nacional da Violência contra Jornalistas e Comunicadores. 

Entenda a Rede

A Rede Nacional de Proteção de Jornalistas e Comunicadores é uma iniciativa de articulação da sociedade civil junto a jornalistas e comunicadores para combater o avanço dos ataques e das ameaças à liberdade de expressão, à liberdade de impressa e ao direito à comunicação no Brasil.

A iniciativa atua por meio de acolhimento dos casos de violência contra jornalistas e comunicadores no exercício de sua liberdade de expressão e direito à comunicação, acompanhando as vítimas e propondo estratégias de defesa, cuidado e proteção. 

Jornalistas e comunicadores que se sentirem ameaçados ou com seus direitos lesados devem fazer denúncia na plataforma de recebimento de casos da Rede, pelo site https://rededeprotecao.org.br.

São ações da Rede também realizar processos formativos e de incidência política para sensibilizar a sociedade e ampliar a capacidade de proteção de jornalistas e comunicadores, importantes pilares do sistema democrático.

Participam da Rede mais de 100 pessoas em todas as unidades federativas do país de forma independente ou associadas a organizações, coletivos de comunicação e movimentos sociais. A Rede é coordenada pelo Instituto Vladimir Herzog, Artigo 19, Repórteres sem Fronteiras e Intervozes – Coletivo Brasil de Comunicação Social.



Fonte:saibamais.jor.br

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