Associação estudantil completa 58 anos de fundação e terá pela primeira vez um dirigente indígena

A Associação dos Estudantes de Roraima-Assoer, completa nesta quarta-feira, dia 10 de março seus cinquenta e oito anos. E pela primeira vez desde a sua fundação, a organização estudantil terá a frente um estudante indígena. No próximo sábado, o jovem Ronisson Almeida Ribas Filho, 23 anos, do povo macuxi , assume a presidência da Assoer .
A associação estudantil , conhecida pela sigla atual de Assoer, foi criada no ano de 1963 com o nome de Associação Juvenil Roraimense-AJR, e teve como seu primeiro presidente Luiz Aimberê, atualmente, historiador e escritor. A organização está reestruturada no Estado, desde o ano de 2000, e segundo o atual presidente, Jean Farias , vem atuando em ações de defesa dos direitos dos estudantes secundaristas, universitários e pós graduandos , em parceria a nível nacional com outras instituições como a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas - UBES, União Nacional dos Estudantes - UNE e a Associação Nacional de Pós- Graduandos ANPG. "Hoje a Assoer é uma organização de utilidade pública do município de Boa Vista, além de atuar no Conselho de Alimentação Escolar - CAE e no Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente - CEDCAR, com representação nos colegiados. Nossa luta atual é que todos possam receber a vacina. O retorno presencial nas escolas e universidades, somente com a vacinação dos trabalhadores em educação e dos estudantes ", destacou .
O novo presidente da Assoer nasceu na comunidade indígena Santa Inês no município de Amajari, norte de Roraima. Ele disse que sempre estudou em escola pública, por isso a sua luta por uma educação popular."Hoje curso geografia , faço o sétimo periodo na Universidade Federal de Roraima - UFRR. Mas já estudei nas escolas estaduais Francisca Elzica e Ana Libória, ambas localizada entre os bairros Mecejana e Liberdade. A defesa por um ensino público e de qualidade está na nossa pauta de lutas. A educação popular é o caminho", destaca Ronisson .
Para ele, ter que assumir uma das organizações estudantis mais antigas de Roraima, é uma um grande desafio não só para ele , mas para todo o seu povo. "A nossa luta é em defesa dos direitos estudantis, seja indígena e não indígena. Seja da cidade ou do campo. Brasileiros ou migrantes. Passamos por um momento muito difícil. A pandemia, o ensino remoto, além dos constantes ataques do sistema contra a nossa educação , as minorias e o planeta terra", disse.
Segundo Ronisson, a Assoer também terá nos seus quadros dirigentes , estudantes filhos de migrantes de outros países, como a Venezuela, que já fixaram residência em Roraima.
"A nossa luta é geral. Unificada e legal" , finalizou.